Claudia Elena Díaz, Colômbia

De seus escritórios em Bogotá, Claudia Elena Díaz reconhece que o mundo dos seguros não é fácil para as mulheres: há muitas na área de atendimento ao cliente, mas são menos em posições de liderança. "É um mercado que tradicionalmente foi dominado por homens, e às mulheres cabe romper paradigmas. Há muitas delas na folha de pagamento, mas é difícil que alcancem certos níveis. Felizmente, cada vez mais mulheres com grande capacidade e excelência, brilhantes e bem-sucedidas estão surgindo. É uma grande tendência", afirma.

Ela mesma é um exemplo de uma mulher de sucesso: depois de mais de 20 anos trabalhando em uma empresa de seguros, essa engenheira de sistemas saiu do emprego junto com um sócio - que hoje não está mais na companhia - para criar uma empresa da qual é a sócia majoritária e diretora geral. Trata-se da Synergia, que reúne uma comunidade de mais de 900 intermediários em toda a Colômbia, oferecendo-lhes treinamento contínuo, além de ferramentas tecnológicas e parcerias que lhes permitem unir forças e se fortalecerem para serem mais competitivos no mercado. "É um canal comercial que também fornece suporte", resume.

A ideia, explica Claudia, nasceu de sua própria experiência lidando com negócios voltados para clientes do segmento de médias empresas da Delima Marsh. "Nesse trabalho, meus principais concorrentes eram os agentes independentes. Isso me obrigou a conhecê-los bem, entender suas vantagens comparativas e também suas necessidades. Percebi que havia uma grande carência: eles precisavam de algo que os apoiasse para serem mais competitivos em relação às grandes empresas. Por isso, ao me tornar independente, pensei nesse modelo que facilita sua entrada nas seguradoras, criando uma grande comunidade", explica.

A Synergia estabelece contratos com seguradoras, sem mexer nas comissões dos intermediários. Estes têm acesso a treinamentos semanais que abordam diferentes estratégias de crescimento, recebem boletins mensais com informações sobre tendências em seguros e participam ainda de um congresso anual no mês de junho. "É um espaço diferente, onde os agentes obtêm uma visão geral de tudo o que está acontecendo no mercado, mas também aborda temas motivacionais e de desenvolvimento de carreira", explica Claudia Elena.

"A Chubb é uma empresa muito competitiva. Hoje é nossa principal seguradora, representando 45% dos nossos negócios."

A empresa trabalha com dez seguradoras. Com a Chubb, ela tem mais de dez anos de parceria. "É uma empresa muito competitiva; muitos intermediários querem trabalhar com a Chubb. Quando começamos, a Chubb trabalhava mais com grandes corretoras e não alcançava tanto os agentes menores. Propusemos uma estratégia para isso, e tem sido uma parceria muito bem-sucedida: hoje é nossa principal seguradora, representando 45% do nosso negócio", relata Elena.

Os seguros, diz Claudia, lhe proporcionaram uma trajetória de grande satisfação. "Acho fascinante saber que podemos ajudar uma pessoa ou empresa em momentos de grande dificuldade", explica. Em sua opinião, algumas das chaves para crescer constantemente no mundo dos negócios são:

• Apoiar-se na tecnologia. "Oferecemos à nossa comunidade ferramentas tecnológicas para tornar todo o processo mais eficiente, desde a cotação até a emissão."
  
• Fazer a diferença em termos de rapidez. "Temos a preocupação de avançar na melhoria da conectividade para chegar rapidamente aos intermediários com os produtos de que precisam. Na Colômbia, onde exigem assinaturas que comprovem recursos legítimos e assinaturas com impressões digitais, o que atrasa a emissão de apólices, é crucial tornar o processo o mais eficiente possível."
• Capacitar-se. "Seguros não são apenas um negócio de relacionamentos interpessoais. Para ter sucesso, é necessário se profissionalizar. É importante estar capacitado para fornecer uma boa consultoria. Por isso, somos obcecados em buscar ferramentas para o desenvolvimento dos intermediários."
• Ter vocação de serviço. "Ao contratar, busco pessoas que queiram facilitar a vida dos intermediários, que se importem com seus problemas como se fossem seus próprios. Em segundo lugar, está a questão do conhecimento técnico, que também é importante para que nossa comunidade confie em nós e no que podemos oferecer."
• Ter um foco claro. "Para quem está começando no ramo de seguros, eu recomendaria que se concentrasse em um segmento, se desenvolvesse nele como um diferencial e se capacitasse para ser reconhecido pelos outros como alguém que conhece o assunto."